A pandemia colocou muita gente a trabalhar remotamente e o trabalho remoto veio para criar novas cidades. Iremos ver empresas a procurar mudar-se para cidades de média dimensão para tirar vantagens de uma poupança de custos e de incentivos financeiros.
Algumas gigantes americanas como a Oracle, recentemente decidiram mudar as suas sedes para cidades com menor dimensão. Isto, constitui uma grande oportunidade para as cidades portuguesas que normalmente estavam “tapadas” pelas capitais de distrito como Lisboa ou o Porto. No caso da Oracle, mudou recentemente a sua sede de Silicon Valley para Austin (Texas). Outro exemplos exemplos são a IMB e a Apple que foram localizadas para cidades como Charlotte e Miami.
No pós-pandemia, as pessoas estarão mais dispostas a tirar vantagem das mordomias dos locais mais calmos e quererão tirar maior partido de cada euro investido. Assistimos hoje muita gente a trocar os seus apartamentos por casas maiores com um pequeno jardim para “respirar melhor”. Se o trabalho remoto continuar, como apontam todas as previsões, os trabalhadores vão poder viver em qualquer lado. Por este motivo, os municípios para serem competitivos na atracção deste talento terão que ser capazes de oferecer incentivos adequados: rede de transportes, redes de comunicação, incentivos financeiros, escolas para partilha e retenção de conhecimento, custo de vida adequado, etc.
Ninguém sabe o que 2021 nos vai trazer, mas veremos um mundo muito diferente do que tinhamos em 2019, quando ainda não sentiamos os efeitos desta pandemia. Algumas tendências criadas pela crise sanitária vieram para ficar, e nem todas são necessariamente más. Pode ser uma nova oportunidade de reinvenção para as empresas e municípios. Pode significar uma nova liberdade para os trabalhadores. O trabalho remoto veio para criar novas cidades.